ABNT NBR 16401-2: Conforto Térmico em Ambientes Internos

ABNT NBR 16401-2: Conforto Térmico em Ambientes Internos

Nova norma define critérios para ambientes mais confortáveis e eficientes, promovendo qualidade térmica com base em parâmetros internacionais.

27/12/2024

greiciramos

Em 19 de novembro de 2024, foi publicada a nova versão da ABNT NBR 16401-2, que trata dos parâmetros de conforto térmico em edificações. A norma estabelece condições ideais para proporcionar conforto térmico em ambientes internos projetados para a ocupação humana, considerando as diversas variáveis que afetam a sensação térmica dos ocupantes.

O que é Conforto Térmico?

O conforto térmico refere-se ao estado de satisfação de uma pessoa com o ambiente térmico ao seu redor. No entanto, devido a diferenças fisiológicas e psicológicas entre os indivíduos, é praticamente impossível garantir que todos estejam igualmente confortáveis em um mesmo espaço. Para lidar com essa diversidade, a ABNT NBR 16401-2 apresenta critérios baseados em estudos laboratoriais e de campo, especialmente em ambientes de escritórios em predominam atividades sedentárias.

Para a determinação do conforto térmico a norma considera seis variáveis principais: duas relacionadas aos ocupantes (Taxa metabólica e Isolamento da vestimenta) e quatro relacionadas ao ambiente térmico (Temperatura do ar, Temperatura radiante média, Umidade do ar e Velocidade do ar)

Escopo da Norma

A ABNT NBR 16401-2 aplica-se a adultos saudáveis em ambientes internos ocupados por mais de 15 minutos, sob pressão atmosférica equivalente a até 3.000 metros de altitude, e especifica as combinações de variáveis ambientais e pessoais que produzam condições térmicas aceitáveis para a maioria dos ocupantes de um determinado ambiente. Para aspectos relacionados à qualidade do ar interno, deve-se consultar a ABNT NBR 16401-3.

A norma baseia-se na ASHRAE 55:2017 – Thermal Environmental Conditions for Human Occupancy, amplamente reconhecida como referência internacional na área de avaliações de conforto térmico.

Métodos de avaliação

A avaliação do conforto térmico começa pela caracterização dos ocupantes do ambiente, considerando a atividade predominante (taxa metabólica) e a vestimenta (isolamento térmico). Com base nessas características, a norma apresenta três métodos para diferentes condições de operação:

  1. Método da Zona Analítica de Conforto Térmico:
    Indicado para ambientes climatizados, este método utiliza modelos matemáticos para calcular o PMV (Predicted Mean Vote), que avalia a sensação térmica média de um grupo de ocupantes em sistemas de climatização.
  2. Método da Zona Gráfica para Altas Velocidades do Ar:
    Considera que altas velocidades do ar podem melhorar a sensação de conforto em ambientes com temperaturas mais altas que as aceitáveis. A norma apresenta gráficos que correlacionam velocidade do ar e conforto térmico, permitindo que projetos otimizem estratégias de ventilação, reduzindo o consumo energético.
  3. Modelo de Conforto Adaptativo:
    Para ambientes ventilados naturalmente ou controlados pelos ocupantes, este método reconhece que a percepção térmica varia com o clima, a cultura e até a estação do ano. Ele valoriza a capacidade dos ocupantes de se adaptarem a condições ambientais dinâmicas.

Avaliação de Conformidade

A norma também estabelece formas de comprovar o atendimento aos critérios de conforto térmico em edificações existentes, seja por meio da sensação relatada pelos usuários, seja por indicadores objetivos, determinados com base nos dados disponíveis. Entre os índices analisados estão:

  • Percentual previsto de ocupantes insatisfeitos ou em desconforto térmico;
  • Número de horas excedentes às condições aceitáveis;
  • Média ponderada do grau de severidade das horas excedentes.
Escrito por: Arq. Greici Ramos
Publicado em 27 de dezembro

 

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