Governo vai propor índice mínimo de eficiência energética para edificações em 2025
RIO – O governo vai trabalhar em um índice mínimo de eficiência energética para edificações em 2025, disse […]
Saiba maisO Comitê de Meio Ambiente (Comasp) do SindusCon-SP celebra o Dia Mundial da Eficiência Energética, comemorado em 5 de março. O Comitê tradicionalmente reflete sobre a importância do uso responsável e inteligente dos recursos energéticos. Este conceito vai além da simples economia de energia, englobando também estratégias que garantem o mesmo resultado com um menor consumo de energia.
O setor da construção civil possui um grande potencial para contribuir para a redução do consumo energético, dado a seu impacto desde a produção de materiais até a operação das edificações pelo usuário final. O edifício em si tem forte contribuição para o consumo de energia. Contudo, para o usuário final identificar os elementos que contribuem para um alto ou baixo consumo energético pode ser desafiador.
Tradicionalmente, ao avaliar um projeto ou visitar uma edificação, consideramos aspectos como distribuição de espaço, estética e localização, negligenciando frequentemente a eficiência energética. O Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE-Edifica), promovido pelo Inmetro, é uma ferramenta útil nesse sentido, permitindo a identificação do nível de eficiência energética de uma edificação por meio de sua etiqueta, que varia de classe A (mais eficiente) à classe E (ineficiente).
A classificação das edificações é baseada na relação da envoltória com o clima onde ela está inserida, além de avaliar os sistemas de iluminação, condicionamento de ar e aquecimento de água. Para as edificações residenciais, o PBE-Edifica considera o atendimento aos requisitos térmicos da norma brasileira ABNT NBR 15575, exemplificando como as normas nacionais podem impulsionar o desempenho das edificações no Brasil.
A ABNT, por meio do Comitê Brasileiro da Construção Civil, CB-002, tem intensificado os seus esforços para atualizar e desenvolver normas com o objetivo de melhorar o desempenho energético das edificações. Este processo ganhou força em 2020, com a criação do Grupo de Estudos Permanente para Elaboração e Atualização de Normas Técnicas junto ao ABNT/CB002, resultante de uma parceria entre o SindusCon-SP e a Eletrobras – Centrais Elétricas Brasileiras S.A. no âmbito do Procel – Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica.
O foco principal do grupo foi a atualização das normas NBR 15215 – Iluminação Natural e a NBR 15220 – Desempenho térmico de edificações, que não haviam sido revisadas desde 2005 e demandavam ajustes para incorporar tecnologias e metodologias atuais. Este ano, essas duas normas entram na fase final de atualização, com a consulta nacional de dois importantes textos para o setor: 15220-3 Desempenho térmico de edificações – Parte 3: Zoneamento bioclimático por desempenho e a NBR 15215-3 Iluminação natural – Parte 3: Procedimento de cálculo para a determinação da iluminação natural em ambientes internos. Essas normas não apenas marcaram um avanço significativo nas regulamentações existentes quando foram lançadas, mas também refletem a crescente importância do foco na eficiência das edificações, especialmente em um contexto de mudanças climáticas e aumento da conscientização sobre sustentabilidade.
Além da revisão destes documentos, o grupo tem trabalhado na adaptação de normas ISO que abordam o desempenho das edificações, bem como em métodos de cálculo e medição, a fim de padronizar as análises termoenergéticas. Desde sua criação, o grupo já publicou 11 normas e outras seis estão atualmente em processo de consulta nacional. Atualmente o grupo continua seu trabalho na adaptação das normas ISO, ao mesmo tempo em que desenvolve normas que abordam áreas não contempladas, como a medição da absortância solar dos revestimentos externos e questões relacionadas ao impacto da umidade nas edificações, além do desempenho térmico em edificações não residências, esses dois últimos ainda estão em fase inicial de discussão.
Projetos que atendem os requisitos e recomendações das normas tendem a ter um menor impacto ambiental ao longo de sua vida útil, além de resultarem em economias significativas nos custos operacionais relacionados ao consumo de energia. Portanto, neste Dia Mundial da Eficiência Energética, é essencial reconhecer o papel vital das normas na promoção da construção sustentável e na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas. Investir em edificações energeticamente eficientes não apenas beneficia o meio ambiente, mas também contribui para a melhoria da qualidade de vida e o bem-estar dos usuários que utilizam esses espaços.
Reportagem publicada em: SINDUSCON SP
Construindo o Futuro: Normas Impulsionam a Eficiência na Construção Civil
